domingo, 24 de abril de 2011

Atenção Porto: eis um Villarreal de duas faces (análise)


Submarino Amarelo perdeu com o Sevilha na Andaluzia
Por Vítor Hugo Alvarenga

O Villarreal perdeu no terreno do Sevilha (3-2) antes do primeiro embate com o F.C. Porto nas meias-finais da Liga Europa. O Maisfutebol acompanhou as principais incidências do encontro para fazer a derradeira análise ao Submarino Amarelo.

Em suma, os dragões vão enfrentar uma equipa de duas faces. Letal a atacar, frágil a defender. Um pouco como o Sevilha, embora com mais e melhores soluções ofensivas.

Juan Carlos Garrido, treinador do intruso espanhol na Liga Europa, poupou alguns jogadores a pensar na visita ao Estádio do Dragão. Rossi e Cani ainda entraram. Borja Valero e Capdevila ficaram mesmo a descansar.

O Sevilha começou melhor e chegou rapidamente à vantagem. Rakitic cobrou de forma exemplar um livre directo, ao minuto 9. Negredo ampliou a vantagem pouco depois e tudo parecia resolvido.

Contudo, o Villarreal voltou com outra cara na etapa complementar e demonstrou a sua qualidade ofensiva.

Marchena marcou na sequência de um canto, num movimento à ponta-de-lança na área contrária. Romaric fez o 3-1 na resposta mas o Submarino Amarelo não desistiu.

Juan Carlos Garrido doseou sempre esforços, trocando Nilmar por Rossi. O internacional italiano brilhou no lance do 3-2, com um remate em arco à entrada da área e ainda atirou uma bola ao poste. Um pé esquerdo temível, a merecer atenção redobrada.

Marchena viria a ser expulso numa recta final truculenta, com várias confusões entre jogadores e perda de tempo da equipa da casa. As bolas desapareciam com regularidade. Escusado.

Eis o onze do Villarreal: Diego López; Mario, Musacchio (Cani, 66m), Marchena e Catalá; Cazorla, Bruno, Matilla e Wakaso; Nilmar (Rossi, 53m) e Marco Ruben (Cicinho, 68m).

Análise individual:

DEFESA
Diego López, gigante espanhol (1,96 metros) que ocupa a baliza do Villarreal, podia ter feito mais no primeiro golo do Sevilha. No mais, uma exibição não muito feliz, muito por culpa de uma defesa que treme constantemente. Os laterais Mario e Catalá concedem demasiados espaços ao adversário. O experiente Capdevilla deve ocupar a posição do segundo no Dragão. Marchena destacou-se pela negativa. Começou como libero, subiu para trinco após o intervalo e voltou a baixar no terreno. Fez várias faltas, envolveu-se em confusões e acabou por ser expulso na recta final, por acumulação. Marcou um bom golo, é certo. Musacchio, o seu parceiro, é alto mas lento. Perdeu grande parte dos duelos com Negredo. A explorar pelo F.C. Porto. Cicinho não tem sido opção regular.

MEIO-CAMPO
Juan Carlos Garrido preservou as principais opções. Bruno e Matilla nunca conseguiram assumir o controlo na zona central. Bons pormenores a lançar o ataque e pouco mais. Wakaso, ganês que tem um irmão a jogar no Portimonense, tem enorme talento a necessitar de maturação. Duas oportunidades de golo, velocidade no flanco esquerdo e um pontapé forte. Frágil no apoio à defesa. Santi Cazorla, internacional espanhol, é um perigo à solta. Parte da direita para correr todo o campo, à procura de espaços. Bela visão de jogo e velocidade de execução. Cani entrou na segunda parte e aumentou a qualidade a meio-campo. Falta ainda Borja Valero, outro titular indiscutível.

ATAQUE
Nilmar tentou remar contra a maré na primeira parte. Recuou no terreno para alimentar o jogo ofensivo, sem atingir um ponto de entendimento com Marco Ruben, acabando por sair após o intervalo. Marco Ruben é esforçado, tem sentido de baliza, mas não encaixa no estilo de jogo do Villarreal. Ponta-de-lança numa equipa habituada a avançados móveis e técnicos. Rossi é isso mesmo. Um quebra-cabeças. Entrou aos 53m, marcou um belo golo num remate em arco e ainda atirou ao poste. Sempre em movimentos repentinos.

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