quinta-feira, 28 de abril de 2011

Benfica-Braga, 2-1 (crónica)


Singular e tão familiar, uma noite à altura do momento
Por Berta Rodrigues

Um dos jogos mais singulares da história do futebol português, e no entanto tão familiar. Benfica e Sp. Braga chegam ao intervalo da meia-final da Liga Europa com sinal mais para os vermelhos de Lisboa, que venceram na Luz por 2-1 um jogo vivo e intenso, à altura do momento. Daqui por uma semana, em Braga, decide-se quem estará na final de Dublin. Muito provavelmente frente ao F.C. Porto, o outro protagonista deste momento único, que ao mesmo tempo, no Dragão, vencia o Villarreal por 5-1.

Velhos conhecidos, apesar da estreia em confrontos europeus, Benfica e Sp. Braga não têm grandes segredos. Portanto, não houve fase de estudo nem preliminares. O jogo começou em alta rotação e assim durou até ao fim.

Em campo, entre as dúvidas ao longo da semana, Jorge Jesus optou por Carlos Martins e César Peixoto no onze, deixando Gaitán no banco. No Sp. Braga, com Júlio César castigado, Domingos deu a titularidade a Meyong na frente, com apoio de Lima e Alan. Atrás, Salino e Hugo Viana, Vandinho ao centro.

O Sp. Braga apostava na solidez, se bem que o primeiro sinal não foi por aí. Uma má recepção a um passe de Rodríguez, na área, obrigou Paulão a um corte precipitado. Mas logo depois surgiu a primeira oportunidade do jogo, e foi do Sp. Braga. Um belo passe de Hugo Viana, para Sílvio rematar a rasar o poste de Roberto.

O Benfica respondeu e aos seis minutos uma falta de Rodríguez para amarelo sobre Aimar cortou uma boa jogada do ataque «encarnado». Seis minutos depois gritou-se golo na Luz e Cardozo festejou, até perceber o fora-de-jogo.

Estava animado o jogo na Luz. Mais contido o Sp. Braga, o Benfica com maior iniciativa, ambos sem dar lugar a grandes desequilíbrios. Oportunidades de golo, algumas. Saviola esteve perto, por duas vezes. À passagem da meia-hora, Cardozo faltou à chamada, depois de uma combinação entre Carlos Martins e Aimar. O paraguaio não percebeu e não chegou a tempo ao cruzamento. Não foi preciso muito mais (ou menos) para voltar a ouvir assobios na Luz.

As coisas continuavam equilibradas e, com o aproximar do final da primeira parte, o Sp. Braga colocou mais alguma pressão sobre o jogo. Um remate de Lima ao lado, uma defesa de Roberto a um remate-cruzamento de Alan, davam o tom.

Mas antes do intervalo a grande oportunidade estava reservada para Cardozo. Lançado por Saviola, subiu, subiu e chutou ao poste!

Caia o pano sobre a primeira parte, prometia para a segunda. E cumpriu! O Sp. Braga deu o primeiro sinal, num remate de Lima em que Roberto se atrapalha.

Pouco depois, o golo do Benfica. Jardel, o central com nome de goleador, marcou na recarga a novo remate de Cardozo ao poste. O jogo levava 50 minutos, o Benfica via-se em vantagem, mas não por muito tempo.

Três minutos mais tarde, Aimar via o amarelo que o tirará da segunda mão, numa falta sobre Alan. Na conversão do livre, bateu Hugo Viana e Vandinho (também ele já fora do jogo de Braga por acumulação de amarelos), transformou o lance em golo, com um cabeceamento de longe que bateu Roberto.

E depois¿ foi Cardozo. O Benfica ganha um livre na zona frontal, entre Martins e Cardozo bateu o paraguaio, directo para a baliza de Artur. Explosão de alegria na Luz, agora reconciliada com o número 7. Quando o «speaker» gritou o nome do autor do golo, o estádio disse-o em coro com ele.

Domingos tinha feito entrar Custódio antes do golo, para tirar Meyong, e depois colocou em campo Mossoró, fazendo sair Hugo Viana, muito assobiado na Luz. Jesus respondeu pouco depois com uma dupla substituição, para refrescar as coisas. Saíram Martins e Peixoto, entraram Gaitán e Jara.

O jogo mantinha a intensidade, mas tornava-se menos objectivo. Mais longe das balizas, mais dividido. A fechar, Vandinho teve nova oportunidade, mas rematou por cima. Na outra baliza, pouco depois, foi Luisão a tentar a sorte. Ficava assim, para a semana há mais. Que seja pelo menos tão intenso como hoje

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