sábado, 30 de abril de 2011

Villas-Boas: «Se ficar 15 anos no clube que adoro...tudo bem»



Técnico explica porque deixou a equipa técnica do treinador do Real Madrid
Por João Tiago Figueiredo

O trabalho de André Villas-Boas no F.C. Porto tem despertado cobiça de vários clubes europeus, mas não só. Sistematicamente, as conferências de imprensa do treinador recebem visitas de jornalistas estrangeiros, curiosos com a performance do antigo adjunto de José Mourinho. No final do jogo com o Villarreal, por exemplo, Villas-Boas acabou por falar em português, espanhol, inglês e italiano, tendo em conta a nacionalidade dos interlocutores. Este sábado, foi um jornalista do britânico «Daily Telegraph» que marcou presença no Olival e pode questionar o técnico portista, sobretudo à volta do seu futuro e do passado ligado a Mourinho.

Essa ligação, de resto, não o incomoda. «As pessoas associam-me a um dos melhores treinadores do mundo. É algo com o qual tenho de viver, mas não me dá qualquer problema. As pessoas pensam que eu sou o sucessor, mas eu não sou. Sou um treinador normal. Não me chamaria especial», atirou, confrontado com a famosa frase de Mourinho na apresentação no Chelsea.

«FC Porto a melhor equipa? Felizmente para nós, isso ficou bem explícito»

O facto de terem atingido sucesso no mesmo clube também faz levantar o véu das comparações, mas, para Villas-Boas, tudo não passa de uma coincidência. «Nem eu nem o Porto fazemos escolhas consoante o que o José Mourinho escolheu antes. São apenas coincidências, que aconteceram. Estamos nas meia-finais da Liga Europa e as pessoas começam a pensar: «É este o sucessor! Estão a conseguir os mesmos êxitos!».

Definindo-se como uma «pessoa reservada», André Villas-Boas explicou porque faz sempre referência à equipa técnica e ao grupo de jogadores que tem à sua disposição na hora do sucesso: «Gosto de partilhar o sucesso que tenho com as pessoas que me dão esse sucesso. Estejam no lugar mais alto ou no mais baixo.»

«Se ficar 15 anos no clube que adoro...tudo bem»

Villas-Boas confessou «lidar bem» com a especulação que o seu nome começa a gerar, fazendo notar, no entanto, que não tolera «mentiras» e reiterou o que já tinha deixado claro: quer uma carreira curta e não sabe o que o futuro lhe reserva. «Se ficar 15 anos no clube que adoro...por mim está bem», afirmou.

Sobre a separação de José Mourinho, Villas-Boas explicou que sentiu que podia ousar mais e queria começar a sentir a relva. «A separação aconteceu porque eu senti que poderia dar um pouco mais. Senti que podia começar a treinar. Se eu pudesse dar mais ao Mourinho, tinha dado, mas percebo perfeitamente que ele não tenha sentido necessidade disso. Por isso, achei que era altura de arriscar», contou.

Actualmente, os dois não mantêm qualquer tipo de relação, embora Villas-Boas desminta que haja qualquer quezília entre os dois motivada pela separação.

«Não falo com José Mourinho. Não tem nada a ver com a separação, até porque depois de eu sair, enquanto estava na Académica, falava muito com ele. É assim que as coisas são, nada mais que isso. Rival? Não...eu não posso ser rival daquele que, na minha opinião, vai ser o melhor treinador de todos os tempos», concluiu.

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