quarta-feira, 20 de abril de 2011

Taça: Benfica-F.C. Porto, 1-3 (crónica)


O «dragão» recusa impossíveis e repete a festa
Por Nuno Travassos

Pela segunda vez no espaço de poucas semanas, o F.C. Porto festeja na Luz. Nada é impossível para este «dragão», está visto. A desvantagem (de dois golos) era uma barreira difícil, indiscutivelmente, mas o campeão nacional conseguiu invertê-la, e marca presença na final do Jamor.

Depois de uma primeira parte equilibrada, a equipa de André Villas-Boas embalou para a reviravolta. A cada golo azul e branco, as pernas benfiquistas tremiam mais. Quando foi preciso reagir, era demasiado tarde para Jorge Jesus. A vantagem que parecia confortável revelou-se insuficiente, perante a enorme «chama» do «dragão».

O «golo» de Júlio César tinha dado jeito ao Benfica

Sem a capacidade pressionante de Guarín a meio-campo, e em desvantagem na eliminatória, André Villas-Boas apostou numa defesa mais adiantada no terreno. Mesmo com ritmo elevado, o encontro ficou demasiado congestionado a meio-campo. Privado dos desequilíbrios de Salvio e Gaitán (substituídos por César Peixoto e Jara), o Benfica começou por criar perigo de bola parada. Javi García cabeceou ligeiramente ao lado (19m), na sequência de um livre de Carlos Martins. O internacional português sentiu dificuldades para impor a sua dinâmica e capacidade de passe, dado o congestionamento a meio-campo (tal como Rúben Micael), mas com uma «carambola» ainda conseguiu oferecer uma oportunidade a Cardozo, com o paraguaio a rematar ligeiramente ao lado.

Com «veneno» guardado para as distracções alheias, o F.C. Porto procurava sair em transição rápida para o ataque. No período inicial do jogo sentiu dificuldades para o conseguir, mas perto do intervalo dispôs de uma soberana ocasião para relançar a eliminatória. Valeu então Júlio César, a negar a Falcao um golo que parecia certo. Os adeptos portistas ficaram de mãos na cabeça, os benfiquistas festejaram como se tivessem aumentado a vantagem.

Chama plena, rumo à reviravolta

O falhanço não derrotou a equipa portista, que entrou na segunda parte decidida a assumir por completo as despesas do jogo e a lançar-se à baliza contrária. Foi já com James no lugar de Rúben Micael, a «dez», que a formação azul e branca deu a volta à eliminatória, no espaço de dez minutos. João Moutinho inaugurou o marcador com um remate de longe (64m), aumentando a confiança dos visitantes e alimentando as inseguranças caseiras. Hulk empatou a eliminatória em aparente posição irregular (72m), e Falcao consumou a reviravolta (74m).

Jesus assistiu ao descalabro e só reagiu depois, com Aimar a render Jara, que não acertava um passe há largos minutos, perdendo inclusive a bola que dá origem ao primeiro golo do jogo. Os dois golos de vantagem com que começou o jogo era agora aquilo que o Benfica precisava, mas só um apareceu. Cardozo de grande penalidade (79m), não apagou mais uma desilusão caseira.

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