domingo, 14 de agosto de 2011

Benfica e Sporting: a desilusão, as promessas e as desculpas (já?!)



Candidatos de Lisboa entram de lado na Liga
Por Luís Sobral

Benfica e Sporting entraram de lado na Liga. Ambos empataram, mas chegaram a esse resultado por caminhos diferentes. Um e outro demonstraram que apesar de muita coisa parecer ter mudado, nada de substancial se alterou.

O Benfica falhou a sua principal promessa. Presidente e treinador tinham anunciado que não se repetiria a má entrada da época passada. Luís Filipe Vieira chegou mesmo a anunciar que tinha percebido o problema e iria estar mais perto da equipa.

Sexta-feira o Benfica entrou em campo e fez um golo. E depois outro. A seguir adormeceu e acabou empatado com uma equipa que subiu esta época. Para acentuar a sensação de coisa já vista, o segundo golo dos gilistas foi marcado por Laionel, tal como na primeira jornada da época passada. E, já agora, Vieira não se viu.

O Benfica chegou ao campeonato sem que o treinador tivesse escolhido um sistema, um «onze» e sem resolver questões fundamentais: arranjar um substituto para Luisão e uma alma gémea para Aimar. Pior, um dia depois do empate cedeu o médio mais parecido com o argentino, Carlos Martins. Uma decisão que deveria ser explicada, uma vez que assim, a seco, resulta incompreensível.

Portanto, passou um ano, o Benfica tem mais jogadores, alguns até melhores, mas não resolveu o essencial.

Foi essa precisamente a ideia que o Sporting passou. Domingos também não tem um sistema e até ideias soltas são poucas. Algumas das que apresentou até parecem más, destinadas a não fazer caminho, como por exemplo juntar no mesmo meio-campo Rinaudo, André Santos e Schaars. O clube comprou um avançado holandês, alto, forte, caro. Mas na primeira vez que teve de encontrar soluções para defrontar equipas aborrecidas e fechadas como o Olhanense deixou-o no banco. Entrou um miúdo chileno de 18 anos que uma pré-época já transformou em herói.

O Sporting podia ter vencido o Olhanense? Sem dúvida. Criou muitas oportunidades e desperdiçou-as? Sem dúvida. Mas foi mais forte do que na época passada? Nem por isso. Foi intenso, é verdade, mas se tiver de pensar numa palavra que sintetize a noite do leão, ocorre-me sôfrego.

A imagem que fica do Sporting, nesta primeira jornada, é a de Domingos Paciência, nervoso, a levantar os braços ao céu como se se tratasse do jogo decisivo da época e não apenas o primeiro. O treinador leonino transmitiu a ideia de estar muito pressionado, de resto algo que confirmou na flash-interview ao responsabilizar a falta de sorte e o árbitro pelo empate. Nem as críticas aos «comentadores» faltaram. Enfim, usou logo na primeira jornada as desculpas mais velhas do futebol. Nem parecia Domingos.

Claro que Benfica e Sporting podem melhorar. Sim, porque na primeira jornada toda a gente pode melhorar. Para já prometeram e não cumpriram.

P.S.: Tenho admiração e respeito por Carlos Freitas, responsável do Sporting, mas as críticas que fez depois do empate com o Olhanense são tão desajustadas que chocam. Não acredito que este seja o caminho mais curto para devolver o Sporting aos títulos.

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