domingo, 14 de agosto de 2011

F.C. Porto-V. Guimarães, 2-1 (destaques)



Magia de Hulk e Moutinho a abrir e eficácia de Rolando a decidir. Pelo meio um Souza sem rival.
Por João Tiago Figueiredo

Rolando: tocou o telefone?

«Villas-Boas tem o meu número», disse, um dia, Rolando. Depois da amostra da Supertaça, se o telemóvel não tocou, talvez não volte a tocar. Percebe-se a intenção do F.C. Porto em segurar este central que não parece ser o preferido de ninguém, mas, ao mesmo tempo, anda muito longe de ser esquecido por todos. A exibição não foi perfeita porque quase deu o empate a Maranhão, mas alguém se vai lembrar disso? É que Rolando marca golos (esta noite foram dois), ajuda a conquistar pontos e, agora, até dá títulos. É justo pedir mais?

Hulk: insubstituível?

Deliciosa. Mágica. Incrível, em suma. Foi assim a entrada em cena de Hulk na nova temporada. O cruzamento de letra que resultou no primeiro golo do F.C. Porto é uma nova adição a um portfólio a abarrotar de pormenores deliciosos e jogadas de levantar a plateia. Aliás, pouco depois, numa arrancada de mais de 50 metros, ficou perto de assinar outro momento de antologia. O pé direito ainda não tem a afinação do esquerdo. Na segunda parte ainda sofreu um penalty evidente de João Paulo e continuou a criar perigo. Pinto da Costa é bem capaz de ter razão. Não há muitos no mundo como ele.

Souza: enorme

Compreende-se que Fernando não tenha feito parte das escolhas de Vítor Pereira. A avaliar pela amostra deixada por Souza em Aveiro, a sentença é simples: Fernando não faz assim tanta falta. Início de jogo demolidor do brasileiro, onde não perdeu uma única bola dividida e conseguiu um par de recuperações de bom nível. Cada intervenção com sucesso foi sublinhada com aplausos das bancadas, o que lhe deu uma confiança que extravasa o próprio duelo deste domingo. Souza está a ganhar força para ser uma opção recorrente ao longo da época. De facto, a jogar assim, é Fernando quem tem de correr atrás do prejuízo

Falcao: o filho pródigo

Estrondoso o aplauso no regresso do novo senhor 45 milhões. Já era um dos favoritos das bancadas azuis e brancas, mas o estatuto saiu reforçado no defeso. Falta, agora, ganhar ritmo e desenferrujar, pois ainda pareceu preso de movimentos. Normal, para quem tem menos de uma semana de trabalho.

Primeiro golo do F.C. Porto

Haveria melhor forma de começar a temporada 2011/12? Talvez. Mas esta também não foi nada de se deitar fora. Três minutos de jogo e o F.C. Porto conquista um canto. Os mais atentos lembram que foi assim que Rolando marcou, no mesmo minuto, ao Benfica, na época passada. História a repetir-se? O canto provou que não...por uns segundos. Depois, veio o melhor. Uma obra de arte cozinhada a três. Calcanhar de Moutinho, centro de letra de Hulk e cabeça mortífera de Rolando. Arranque em beleza para o futebol nos relvados nacionais.

Toscano, contra o mundo

Manuel Machado prescindiu de Edgar e entregou as despesas do ataque a Marcelo Toscano, com o apoio de Barrientos. Pouco para incomodar, suficiente para assustar. Na verdade, o ataque vimaranense produziu muito pouco futebol. Era quase Toscano contra o mundo. Mas, porque um jogo tem vários momentos, entre eles as bolas paradas, os minhotos conseguiram equilibrar a contenda e assustar o dragão. Mérito de Toscano, com um golpe fulminante de cabeça, antecipando-se a Fucile. Não deu para mais. Também era difícil.

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