domingo, 6 de novembro de 2011

Barcelona-F.C. Porto, 2-0 (crónica bastante atrasada, mas para fechar tudo o que ficou para trás)






A melhor equipa do mundo não brilha apenas, também tem estrela: por isso bateu três recordes
Por Sérgio Pereira com enviado-especial ao Mónaco

O F.C. Porto não ganhou a Supertaça, mas provavelmente nunca esteve destinado a fazê-lo. Por uma razão: toda a força do planeta é demasiado curta para derrotar este Barça. Os jogadores saíram para o jogo com o alento e o entusiasmo do mundo nas botas, um mundo ávido por encontrar um herói.

Não chegou, e o mundo pode dar-se por conformado: este Barça continua a ser uma super-equipa e sem oposição. Muito provavelmente prevaleceu a lei do mais forte, que desta vez se afirmou de uma forma estranha: um erro de Guarín proporcionou a Messi fazer o golo que precipitou o resultado.

Veja a ficha de jogo e as notas dos jogadores

Mais do que o erro, importa destacar a singularidade disto tudo. Messi estava atrasado, até alheado do jogo, quando a bola veio ter com ele e pediu que fizesse golo. No fundo não há nada a fazer, e por isso se diz que o F.C. Porto nunca esteve destinado a ganhar: este Barça não é só o melhor, é o mais afortunado.

É certo que nessa altura os azuis e brancos começavam a vacilar. A equipa tinha entrado muito bem no jogo, pressionava o Barcelona logo no meio-campo adversário, forçando o tal erro que Mourinho descobriu recentemente: os catalães perdem a capacidade de ser perigosos quando pressionados na defesa.

Por isso o F.C. Porto foi melhor nos primeiros vinte minutos. Teve menos bola, mas foi mais perigoso. João Moutinho e Hulk, por exemplo, ficaram muito perto de marcar. O Barcelona só respondeu num chapéu ameaçador de Pedro. Com o tempo, porém, o esforço portista apresentou uma fractura.

Guarín: «Pensei que estava lá o central...»

O Barcelona tinha por esta altura 70 por cento de posse de bola, que trocava cada vez mais à vontade e fazendo cada vez mais o F.C. Porto esgotar todas as forças. Por isso na altura em que chegou ao golo já ameaçava marcar a qualquer altura. Passou para a frente do resultado e ficou como peixe em água.

A partir daí temeu-se o pior, mas só um receio. O F.C. Porto não acusou o toque cruel e manteve-se na fronteira do empate até praticamente ao fim do jogo. É verdade que o Barcelona também podia ter marcado numa ou outra ocasião, mas as melhores oportunidades foram de Moutinho e Guarín.

Pelo meio, é impossível ignorá-lo, ficou por assinalar um penalty claro sobre Guarín. Os portistas reclamaram muito, e com razão, aquela podia ser uma jogada determinante. Mas também é verdade que antes Bjorn Kuipers tinha parado o jogo quando Messi ia isolado para a baliza: é mau árbitro.

Destaques: Messi a estrela, Guarín o negativo

Depois, já em cima do fim, e após Rolando ter sido expulso, Fabregas fez o resultado final num grande golo: Messi cruzou, o médio parou no peito e rematou de primeiro. Bonito! O jogo ainda haveria de dar mais que falar, sobretudo na entrada muito dura de Guarín sobre Mascherano.

O colombiano saiu de campo antes de tempo, no fim de um jogo desastrado, e expulso por vermelho directo. Mas o essencial da história já estava escrito: o Barcelona não brilha apenas, também tem estrela. O F.C. Porto, esse, saiu de campo de cabeça erguida. Completamente erguida, aliás.

Não igualou o Barcelona em posse de bola, mas lutou até ao fim. Perdeu, é certo, mas perdeu perante uma equipa para a história: o Barça ultrapassou o Real Madrid e Guardiola ultrapassou Cruijff em número de títulos. Messi, esse, já marcou em todas as provas. Lógico, não?

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